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60 ANOS DO POLO CALÇADISTA INFANTIL - O pioneirismo, o empreendedorismo e a perseverança

60 ANOS DO POLO CALÇADISTA INFANTIL - O pioneirismo, o empreendedorismo e a perseverança 18 SETEMBRO

Foi no ano de 1958 que Birigui começou a caminhar para ser a tão famosa Capital do Calçado Infantil. A década de 50 marcou o começo de um novo ciclo de desenvolvimento econômico na trajetória histórica da cidade de Birigui, período em que se acelerou a transição de uma economia agrícola para uma economia industrial, impulsionada pelo desenvolvimento da indústria de calçados.

Neste ano, o polo biriguiense de calçado infantil completa 60 anos de pujante existência, o seu Jubileu de Diamantes. A primeira fábrica de calçados infantis começou a funcionar em agosto de 1958. A empresa pioneira foi a Ramos & Assumpção, dos irmãos Francisco e Antônio Ramos de Assumpção, localizada na Rua Saudades, esquina com a Siqueira Campos, com produção inicial de 20 sapatos por dia, com a marca “Assumpção”. O segmento industrial ganhava força na região e crescia cada vez mais o sonho de produzir calçados infantis em Birigui.

Entre 1959 e início dos anos 60, a Ramos & Assumpção passou por alterações societárias, modificando sua razão social para Fiorotto & Assumpção. Mais tarde, sempre com a participação do sr. Antonio Assumpção, deram origem às empresas Popi e a Indústria de Calçados Rassum, posteriormente Kiuty, dois dos maiores empreendimentos calçadistas da cidade de Birigui em sua história de desenvolvimento e fundamentais para a existência atual do polo calçadista infantil.

Em entrevista concedida ao Sinbinforma, além das histórias acima, o sr. Antônio Assumpção faz uma comparação sobre a realidade de quando iniciou seu negócio e os dias de hoje. Segundo Antônio Assumpção, “naquela época havia mais procura do que oferta pelos produtos no mercado, porém a falta de mão de obra qualificada era um dos principais desafios encontrados pelas fábricas”.

O pioneiro do calçado discorreu sobre as dificuldades que tinham para a comercialização dos produtos, bem como para a aquisição de matéria prima e execução dos serviços, uma vez que “o processo de produção e venda era mais complicado, sem as facilidades que hoje o polo possui. Nos primeiros meses, para a confecção dos cabedais, eu ia até São Paulo e comprava os materiais, entregava para um amigo meu que tinha uma banca, ele cortava e pespontava os serviços, mandava para nós e só montávamos aqui. Ou seja, precisava fazer o corte e pesponto em outra cidade, então tínhamos que planejar o pedido. As primeiras vendas foram por intermédio do vendedor Antônio Romano e a mercadoria era entregue pelo próprio vendedor”, conclui Assumpção.

De acordo com Assumpção, “hoje os empresários têm que ser verdadeiros artistas para atuar em uma fábrica de calçados, porque tem que enfrentar não somente a concorrência interna, mas a internacional também”.

Entre 1969 e 1978, o desenvolvimento do polo foi impulsionado pelo elevado número de empresas instaladas e pelo crescimento da produção, que chegou a 8 milhões de pares por ano. Tantos esforços para vencer os desafios diários de trabalho foram recompensados. Foi no ano de 1971 que Birigui foi mencionada pela primeira vez como a Capital Nacional do Calçado Infantil, em uma edição do Jornal Exclusivo, do Rio Grande do Sul, dedicada à indústria calçadista da cidade paulista. Hoje, a produção ultrapassa 45 milhões de pares por ano, proporcionando a geração de mais de 13 mil empregos diretos.

Somente um grande polo consegue manter viva uma tradição assim. Afinal, com o passar dos anos muitas empresas se instalaram, reinventaram-se para proporcionar os melhores produtos para seu consumidor. Além de todo investimento, as exportações se mantêm firme para o setor, a inovação e a adoção de novas tecnologias vem agregando ainda mais valor aos calçados produzidos no polo.

Para manter a história do polo sempre viva e disponível a todos, o Sinbi mantém o site www.museubirigui.com.br. No espaço é possível conhecer com mais detalhes a história da produção de calçados de Birigui.

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