O presidente executivo do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos - IBTeC, Paulo Griebeler abriu o encontro fazendo uma menção às comemorações em torno dos 48 anos do IBTeC, nesta quarta-feira, 7 de outubro. Lembrou que a motivação da criação do Instituto foi a necessidade de trabalhar a qualidade dos calçados brasileiros, que na época buscavam mercados fora das fronteiras do país.
Falou da realidade atual, com laboratórios modernos, com uma instituição que investe em tecnologias para pesquisa em inovação e tecnologia.
O diretor geral da APICCAPS - Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos, João Maia, falou sobre o plano estratégico da entidade que representa toda a cadeia do segmento de calçados.
Salientou que o setor está extremamente concentrado na região do Porto, com 95% de todas as indústrias de Portugal.
Os principais mercados dos calçadistas portugueses estão na Europa - França, Espanha, Alemanha e Holanda, os países mais ricos da região. Por isto, o preço médio é de alto valor agregado.
Fez um relato completo sobre os últimos 35 anos da indústria calçadista na Europa em comparação com a China.
João Maia salientou que a China, que foi responsável pela crise dos portugueses, hoje já sente a pressão de outros países asiáticos produzindo calçados mais baratos. “O que prova que é sempre possível produzir mais barato, e a China perde espaço no mercado mundial”.
Como Portugal fez um planeamento para se estruturar? Com a criação de uma rede, com a participação de outras entidades de pesquisa, de formação de mão-de-obra e representantes dos fabricantes, para trabalhar em conjunto, de forma a desenvolver um trabalho colaborativo e contínuo.
Digital e sustentabilidade são hoje os dois pilares da estratégia da indústria de calçados de Portugal. Inovar, qualificar e internacionalizar são as linhas mestras do trabalho da APICCAP, afirmou o líder setorial. Contou ainda que hoje trabalham uma campanha de comunicação integrada, para ampliar sua participação no mercado internacional - um plano vasto, com muitas ações em conjunto. “Nossa estratégia está centrada em estar nos mercados mais exigentes, que primam por produtos de maior valor agregado. A estratégia está focada na produção de respostas rápidas para os mercados que querem atingir”.
Leandro de Melo, diretor geral do CTCP - Cento Tecnológico do calçado de Portugal, iniciou sua participação contando que o instituto nasceu em 1981. E hoje está implementando o plano estratégico 2020-2030, focado em sustentabilidade, em inovação e na qualificação de pessoal.
De acordo com Leandro de Melo, o centro tecnológico português trabalha desenvolvimento de produtos e inovação com as indústrias portuguesas, mas não faz projetos próprios - a instituição colabora com as empresas, para o desenvolvimento de seus produtos.
Apresentou alguns dos principais projetos que o instituto realiza em apoio às indústrias do setor calçadista de Portugal. Reduzir a pegada de carbono, aumentando a incorporação de produtos ambientalmente sustentáveis estão entre as metas do CTCP, que tem como objetivo que a indústria de calçados portuguesa seja a mais sustentável do mundo.