A psicóloga, coach, especialista em gestão de pessoas e mestre em Neuromarketing Aline Dotta foi a palestrante do mês de setembro no Happy Hour com Tecnologia do IBTeC, com mediação da gerente comercial do IBTeC, Karin Becker.
Karin Becker abriu o encontro falando sobre a importância da inteligência emocional, especialmente em momentos como o que vivemos hoje, com tantas mudanças impostas por uma pandemia que afetou pessoas e corporações em todo o Planeta.
Aline Dotta mencionou que “a gente sabe que quanto mais pressão no nosso ambiente de trabalho, mais importante é o desenvolvimento de inteligência emocional, característica que se transformou em uma grande competência, de empresas e de pessoas”. A inteligência emocional é extremamente importante para que a gente possa ter uma qualidade de vida melhor e entrega de resultados.
A psicóloga afirmou que em situações de stress, vários fatores acontecem em nossa fisiologia. Nestas situações, a gente fica hipervigilante, e não conseguimos dormir, por exemplo. Tudo o que nos deixa inseguros ou ameaçados nos coloca nesta situação de hiperfoco - “a gente não consegue ver mais nada à nossa volta, porque toda a nossa atenção fisiológica fica concentrada na situação de stress, e se o stress acontece no ambiente de trabalho, ele vai atrapalhar nossa performance profissional. E isto não é consciente”.
Gerenciar as emoções e desenvolver a inteligência emocional “é justamente traçar estratégias em que eu consigo aumentar a recompensa e diminuir a ameaça. Temos que ir contra as ameaças e aumentar a recompensa. A ameaça vai gerar afastamento, afunilamento de visão e foco no problema”.
Por isto a importância de que as lideranças tenham claro que a forma de manter a mobilização é através de estímulos, e não de ameaças. “É importante pensar em estratégias em que se consiga aumentar a recompensa e diminuir a ameaça, porque na ameaça as pessoas não aprendem; a gente não proforma, e com isto fica mais difícil entregar resultados”.
De acordo com a palestrante, “quando eu consigo diminuir a ameaça e aumentar a recompensa, consigo mais comprometimento, foco, interesse e segurança das equipes”.
As lideranças precisam estar atentas a encontrar formas de proporcionar um ambiente de trabalho no qual as pessoas se sintam seguras, porque a insegurança também gera desconforto e hiperfoco na reação e não na realização. Quando a pessoa está insegura, ela não consegue entregar o seu melhor, afirma a psicóloga.
A base da inteligência emocional é o autoconhecimento, para que a gente possa compreender o que acontece com a gente diante de cada situação. Justamente para poder compreender o que acontece com nosso organismo diante das situações. Diferentemente do QI, que segundo a ciência nasce com a gente, a inteligência emocional é algo que a gente desenvolve; algo que a gente aprende, porque ela está relacionada com um conjunto de comportamentos. Fazer com que as pessoas pensem nos seus comportamentos, nas suas reações, em como nós funcionamos, e como nos relacionamos com outro, traz benefícios para o mundo corporativo. O desenvolvimento da inteligência emocional vai impactar diretamente nos resultados pessoais e profissionais.
A palestrante falou sobre a cultura de segurança psicológica como uma cultura que proporciona ambiente para que as pessoas possam entregar o seu melhor. Se as pessoas se sentem pertencentes ao seu ambiente de trabalho e à organização à qual estão ligadas, elas vão entregar muito mais.
O grande legado da pandemia deverá ser as empresas olhando e se preocupando mais com as pessoas, acredita Aline Dotta.
“O momento que vivemos hoje é um desafio para que sejamos pessoas otimistas, para construir ações de otimismo, conosco e com as pessoas à nossa volta”, finalizou a palestrante.
Perguntada pela moderadora sobre a existência de mudanças na área de desenvolvimento de pessoas nas empresas, a palestrante afirmou que já se vê muitos movimentos, com o incentivo a práticas de mindfulness, com a manutenção de profissionais da área de psicologia nas empresas.
O Happy Hour conta com patrocínio de Rhodia Solvay Group, Zahonero Brasil, Núcleo de Inovação Tecnológica do IBTeC e Revista Tecnicouro.
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